Conferência em Vieira do Minho "Dias de Criação III" (2009)

Novo olhar artistico sobre a forma de construção from ana rodrigues on Vimeo.

Este encontro teve como finalidade explicar os avanços artisticos feitos durante o Sec. XX, e ao mesmo tempo o que o diferencia em relação aos seculos anteriores. Como surgimento do conceito do objecto de arte e a sua importância vital para a sua imortalidade. Assim como a desvalorização do tipo de material para a sua construção, pois isso não é o factor mais relevante para o objecto se tornar como obra de arte.

A importância de educarmos o olhar do observador para atingir a compreenção do objecto artistico independentemente se este pertence ou não ao gosto do observador.

Projecto experimental (2006)




Esta série de pinturas foi desenvolvida de uma forma experimental onde o mundo imaginário está presente. Quero eu dizer que não tive estudos prévios nem objectivos a alcançar, mas sim a conquista de um mundo inexistente em que as sensações e percepção reinam. O factor cor foi de importância máxima para estes trabalhos, pois considero que é a ultima coisa que resta de um olhar atento sobre a realidade. Deste modo fiz um jogo de cores procurando nuns trabalhos uma harmonia tonal e noutros o equilíbrio no espaço representativo fazendo aparecer atmosferas subtis de um mundo interno. A exploração da luminosidade pode ser feita por degradés bruscos ou pelo estudo de sobreposição de cores onde deixo transparecer as várias camadas luminosas criando assim momentos de encantamento de ofuscação.
Estes ambientes criados tanto podem transmitir momentos de calma e de contemplação pelo forte poder de iluminação, como também podem sugerir momentos mais densos onde o pensamento está sobrecarregado e preocupado.
Estes trabalhos resultam da acumulação de imagens retidas pela retina como também pela observação de trabalhos de artistas também o fizeram.




Monet é uma das referências deste trabalho pela forma engenhosa da colocação das cores. A sobreposição da cor permite obter uma atmosfera envolvente da natureza. A luz era o factor principal para o seu trabalho. Assim atingir a “perfeição” da captação da luminosidade, tornado a sua pintura experimental, explorou os reflexos na água, diferentes estações do ano, diferentes horas do dia tornado a sua pintura experimental. Tendo em conta a época que este artista viveu, teve problemas da ordem da construção da própria tinta e o seu comportamento, o que hoje não acontece. Apesar de ser um artista unicamente figurativo, não se preocupava com lineação da forma, mas com a presença dessa forma no ambiente representado criando uma atmosfera natural em que a cor do fundo também faz parte da forma e a cor da forma faz parte da cor do fundo. Tudo se mistura e ao mesmo tempo cada representação tem o seu lugar, teve necessidade de pintar grandes painéis como retenção do olhar de um determinado momento e ao mesmo tempo como forma de construir uma realidade que era unicamente visível através do seu olhar.

Mark Rothko é também um artista que me influenciou, pela sua busca da luminosidade. Sendo Russo tem fortes componentes do expressionismo alemão dado a repressão, facto que está patente em toda a sua obra. Apesar de ter passado pelo surrealismo onde não obteve grande adesão do público, existe nostalgia e a busca de sublimação do seu mundo exterior. Sob influência de Freud, ele avança para o mundo do subconsciente procurando “resolver” a seu estado psíquico através da pintura. Por volta de 1950 Rothko decide virar-se para a pintura Americana onde residia e começa a explorar o Abstracto. A Nos trabalhos Rothko, está patente a forte valorização da cor. O estado depressivo faz com que ele varie a sua paleta começando por cores luminosas até às mais surdas.



Bibliografia

Documentos para a compreensão da pintura moderna, Colecção vida e cultura, Walter Hess
Pintura abstracção depois da abstracção

Gaiolas (2006)

Este trabalho consiste em representar os obstáculos que impedem o ser humano de concretizar os seus sonhos ou atingir os seus objectos. Isto è, muitas vezes tem-se vontade de fazer algo, mas existe dificuldades que , às vezes, são incontornáveis a sua realização. Estes trabalhos não foram idealizados na primeira pessoa, mas numa perspectiva colectiva, social, como forma de comunicar, de expressar sentimentos e emoções comuns aos seus observadores. “Penso que a situação que pode realmente fazer-nos perder a cabeça, é a situação interior; quanto mais a minha obra se abre para o exterior, mais penso que estou a falar dos meus problemas e da minha vida interior”. Pretende-se fazer um questionamento existencial na condição humana, a ponto de testar os limites de cada um e a forma como são ultrapassados. Provocar um juízo reflectivo, onde o observador consiga captar através do seu olhar a temática focada, transpondo-a para si mesmo, podendo mesmo, nesse momento individual passar a ser um momento colectivo. ”É preciso acreditar no que se faz, é preciso estar comprometido interiormente para fazer pintura. Depois de possuído por este espírito, atinge-se o ponto em que se acredita conseguir mudar a humanidade através da pintura. Contudo, quando se é alheio a esta paixão não há nada a fazer. Nesse caso, é preferível manter-se afastado. Porque, fundamentalmente, a pintura é uma perfeita idiotice”
O título “gaiolas” foi escolhido por motivos sociais e, ao mesmo tempo, decorativos. A Gaiola é o local onde se colocam as aves para efeitos decorativos ou para criação. Tanto uma forma como a outra servem para aprisionar. É local onde se guarda um bem que foi adquirido e que tem um maior ou menor valor. Assim, no caso dos pássaros, existem algumas pessoas, que os adquirem para companhia, não olhando ao seu aspecto. Outras pessoas a forma decorativa é o que determina a sua compra. Quer os pássaros quer a gaiola são objecto de uma escolha elaborada e com a preocupação que fique bem com a carpete da sala. Outras pessoas ainda, procuram belos exemplares raros, como forma de promoção social no grupo dos coleccionadores. Assim como no ser humano as barreiras podem também servir de elemento decorativo, no sentido que em servem de desculpa para não se fazer esforços para serem ultrapassadas. E ao mesmo tempo servem camuflarem o interior de cada um.
Este trabalho foi evoluindo, ganhando forma e contornos mais definidos ao longo do tempo e de acordo com as pesquisas e reflexões foram avançando.
Numa primeira fase foram recolhidas e armazenadas imagens do quotidiano e de trabalhos de vários artistas. A escolha das folhas de jornal como suporte para a representação das temáticas escolhidas surgiu na sequência da entrevista de “Tadeu Chiarelli com Sérgio Niculitcheff artista plástico” na Internet. Esta entrevista contribuiu para a reflexão sobre as temáticas que são escolhidas e publicadas nos meios da comunicação escritos e como essa escolha condiciona e manipula a formação de opinião generalizada e o quanto não estimula, estrangulando mesmo, a realização de reflexões, quer alternativas quer mais elaboradas. Com isso, criam-se barreiras à descoberta e incapacidade de desenvolvimento. Quem tiver consciência desta realidade, necessariamente, terá sentimentos de revolta e necessidade de a demonstram exteriormente. Foi assim que surgiu a vontade de criar um “jornal“ de imagens que vai obrigar a um questionamento no observador sobre a sua “gaiola” e o que ela contém.
O querer mostrar o trabalho como fosse um acto de magia, buscando a ideia dos livros de três dimensões para crianças como um conto de fadas mas a história que tem algo de amargo e sem final feliz garantido. Por isso explorei a concepção de um livro em três dimensões onde é apresentado como plano de fundo os recortes com cores negras como o lado obscuro do ser humano e em primeiro plano a gaiola decorada como “capa” exterior. Construí diversas maquetas em diversos materiais para poder concretizar em grande escala. A intenção era construir gaiolas diferentes em diferentes tamanhos e diferentes formas de montagem.
Para este tipo de apresentação a referencia foi Francis Bacon no sentido em que ele apresentava as suas figuras com estivessem dentro de um aquário fazendo-as prisioneiras e ao mesmo tempo tornando-as o centro de atenções como estivessem num palco. Martin Puryear, See, 1984, Giacometi, Nose, 1947, Diego, 1953, são outras das referências apenas pela forma de apresentação dos seus trabalhos. No entanto, este processo foi abandonado por ser demasiado objectivo e ao mesmo tempo bastante decorativo, desconcentrando olhar do essencial que é o conteúdo da mensagem. Ao mesmo tempo por problemas de construção dado que o material tinha de ser papel, para poder se fechar como um livro e pela falta de equilíbrio dado ao tamanho apresentado.

Numa segunda fase do trabalho, trabalhei a ideia da construção de um espaço imaginário onde se sentisse claustrofobia. Assim, esses espaços deviam ser apertados, efeito que era obtido através da criação de espaços cobertos com cores simbólicas e fortes. Ao princípio pretendia-se preencher esses espaços com materiais que podiam levar tanto a sensações como a construções objectivas para melhor exemplificar cada contexto. Este espaço tem diversas divisões em que cada uma delas tem uma cor representativa para cada barreira. Verde para sociedade, Azul para a família, Cor-de-rosa para a Politica, Dourado e Azul para o dinheiro, Branco para o tempo, Preto para a morte. As cores foram escolhidas de devido a leituras e por deduções. O verde por ser uma cor da natureza (relva, arvores) onde habitam e alimentam-se os animais e o ser humano faz parte desse ecossistema. Azul por ser uma cor que transmite calma, tranquilidade mas ao mesmo tempo pode ser uma cor fria que cria o distanciamento. Cor-de-rosa uma cor mais activa, sinonimo de sonhos (sonhos cor de rosa) muitas vezes ideológicos mas que todos nós lutamos por eles, e ansiamos atingir esse momento auge. Contudo ao atingir o lugar do poder muitas coisas e seres humanos foram sacrificados. O dourado e azul por ser materiais ricos onde são utilizados em peças de valor que muitos anseiam obter, mas quando as têm não utilizam por receio de as partir. O mesmo acontece com o ser humano faz planos mas o pouco dinheiro é o grande problema para a concretização. Dinheiro a mais também provoca preocupações acabando por as tornar “escravas” . Branco, a não cor como tempo indeterminado. Com o stress do dia a dia perde-se a noção dos dias da semana e das horas, passa-se o tempo a correr fazendo várias coisas mas ao mesmo sem tempo para se fazer o que se querer. Preto cor negra, opaca, símbolo da morte., não é preciso morrer para se estar morto, isto é quando se está cansado de lutar para alcançar os seus objectivos, quando a vida corre sem que tenha participado dela, o ser humano é “engolido” pela sociedade e deixa de existir como ser humano e passa a ser mais um elemento anónimo da sociedade.

Nalgumas divisões tem os papeis brancos com elemento representativo de algumas trabalhos de aguarela onde tento contar historias entre formas.
Estes espaços comunicam entre eles de forma confusa, podendo ser visitado e revisitado como forma de avanços e recuos do ser humano, podendo mesmo perder o sentido de orientação.

Neste grupo de formas individuais é a representação de “seres limitados ” com diferentes formas de estar desde os mais activos como os mais passivos. Alguns deles tentam ultrapassar as suas limitações acabando por conseguir. Mas logo encontram outros seres limitados ou encontram outras barreiras dificultando assim a expansão desse ser.

Os autores de referência nesta fase foram: a Gregor Schneider pela escolha do espaço labiríntico; Mr Graham pela utilização de vidros e espelhos procurando ilusão de óptica criando enganos podendo chegar ao ponto do incómodo e desconforto; a Mona Hatoum pela procura de materiais simbólicos para a construção da maqueta (como rede, vidro, fios) onde gera uma ambivalência de símbolos tentando assim criar atitudes sofucantes podendo mesmo levar ao desespero; e ao Suprematismo, psicologia da cor para a escolha das cores. Esta opção não foi continuada pela manifesta insatisfação sensorial demonstrada e pela dificuldade encontradas na execução do trabalho já desenvolvido. Senti a falta da utilização da cor dado ao aspecto sensorial e das tenções das mesmas.


Na terceira fase, o trabalho foi desenvolvida tendo por base várias aguarelas constituídas por várias formas com conteúdos coloridos como seres com diferentes personalidades em diferentes ambientes. A utilização da cor foi a razão fundamental para a mudança de apresentação deste trabalho porque é o que melhor representa o que não é representável. Não se trata de uma natureza visível mas sim de sensações e a cor é essencial para este tipo de representação. Ao mesmo tempo o contraste tonal provocando relações entre elas (sendo elas complementares ou não) Formas constituídas pela cor limitadas por linhas ou mesmo pelo contraste do fundo são elementos de representação dos relacionamentos entre as formas e a sua permeabilidade do conteúdo com o meio e entre si. Construindo assim histórias de relações estabelecidas em sociedade. A escolha da aguarela foi perceber que é um elemento plástico que melhor transmite a ideia de permeabilidade, sobreposição entre as cores, a mudança tonal chegando mesmo a absorção de algumas delas.
Aqui os autores de referência foram: um conjunto de trabalhos de Eduardo Batarda onde ele constrói formas como ideia de ser; e as diferentes características de cada um deles. Escher e Eduardo Nery, na componente como são trabalhados e estabelecida a relação entre as formas e as cores. O trabalho aqui apresentado está relacionado ao contexto do abstracto. Também Rui Chafes, nos trabalhos “Vê como tremo” e “tenho frio”, é uma referência para este trabalho. Ele explora os seus trabalhos criando situações de aprisionamento, de isolamento de espaços podendo estes serem habitados por qualquer um de nós.
Procura-se a essência do ser e não ser, a sua representação e o seu informalismo, onde o gesto, a cor e a orgânica das formas é uma preocupação constante, num processo continuo de criação, sem haver uma prévia concepção do resultado final. Pelo imprevisto ocasionalidade controlada tenho como referencia Rothko e Helmut Dorner que embora contrários na busca da bi-tridimensionalidade e na luminosidade, ambos não têm um estudo prévio do trabalho final contudo a atitude de controlo mínimo sobre ele. Procurei a luminosidade de Rothko onde as formas habitam e se relacionam entre elas. Em Dorner a gestualidade, do goteamento da tinta e o mínimo de controlo na direcção da mesma.

Paisagens Brancas (2006)






Neste meus trabalhos existe uma aproximação com as obras de Richter no sentido da procura da negação da imagem pictórica, embora a sua cor predilecta para essa anulação seja o cinzento. Richter não só faz uma uniformização na passagem da imagem pictórica para a tela, começando desde este momento a reduzir os elementos de representação. Daí na reprodução da imagem ele torna-a cinzenta e noutras desenvolve um processo de difusão como que essa imagem está “apagada” na memória e intensifica a nostalgia e sentimento de perda. Esta redução é feita desde a uniformização do tamanho dos trabalhos, quer pela uniformização da paleta cromática quer pela apresentação dos trabalhos no espaço expositivo. Richter ao fazer seriação de trabalhos, sendo eles monocromáticos, do mesmo tamanho, faz com sejam uniformes de forma em que se perca a lembrança da personagem representada. Desta forma os escritos de walter Benjamin está patente quando ele se refere à reprodutibilidade da imagem, que todo o seu conteúdo histórico e a sua magia consomem. Apesar disso é uma forma dessa imagem chegar ao observador. O artista procura desta forma esvaziar de conteúdo e criar um mundo de aparência e ilusões.
Enquanto que no meu trabalho procuro intensificar ou até criar novos elementos pictóricos para que o resultado final possa transparecer alguns desses momentos surgindo uma nova paisagem. A uniformização do tamanho dos trabalhos está presente, sendo como uma janela para a natureza sem que isso vá limitar a visualização da mesma.
Richter ao fazer a negação da imagem pictórica, quer faze-lo de uma forma uniforme e sem deixar vestígios do momento anterior. O conjunto de trabalhos “Grau” como o próprio nome indica a cor predominante é o cinzento como uma necessidade de destruição da imagem de uma experiência passada. Assim o aparecimento de trabalhos completamente cinzentos podendo alguns terem alguns sinais do branco. Com estes quadros, ele quer precisamente criar momentos de distanciamentos sobre uma realidade que esporadicamente esse cinzento pode-se tomar algumas nuances cromáticas. Pois apesar desse distanciamento tem-se uma percepção enganadora desse momento.




Este projecto à primeira vista parece ser integrado na arte abstracta dado que tem a pretensão da libertação da representação pictórica. Estes trabalhos estão esvaziados de imagem, apenas contém preocupações matéricas, ou seja a reacção dos materiais sobre o suporte. A paleta reduzida e o sentido compositivo criando forças dinâmicas é o que caracteriza estes trabalhos. Existe uma tentativa de aproximação dos trabalhos de Malevitch (com branco sobre branco) e Rodtchenko (como preto sobre preto) onde a abstracção é absoluta. Tendo como finalidade da libertação dos valores estéticos e a valorização da significação da cor e da materialidade.


Contudo não se pode dizer que os meus trabalhos sejam abstractos, apesar se ter uma paleta bastante reduzida existe algo além da cor. A presença de profundidade, de uma espacialidade de uma nova realidade. Neste ponto de vista existe uma aproximação com os trabalhos de Vieira da Silva. Da mesma maneira a presença de um novo espaço apesar de não haver a representação de uma imagem. A criação destes novos espaços é igualmente representada com uma gama cromática reduzida.

Projecto: Auto representação (2006)

Este trabalho é uma representação de vários momentos da minha vida em que existe registo fotográfico. Após uma selecção de várias fotografias procurando faze-lo cronologicamente foi transportado essas mesmas imagens para o suporte e trabalhar essas imagens com vários tipos de carvão. Estas imagens não foram cuidadosamente trabalhadas, até pelo contrário existe a tentativa de simplificação de elementos como um apagamento da memória.
A referência para este trabalho é Barbara Hirschhorn. A artista projecta a imagem para o suporte de grandes dimensões de trabalha-as com carvão. Ao mesmo tempo vai alterando essas mesmas imagens conforme a sua intencionalidade.

expressões populares em autoretrato (2005)




Estudos de auto retrato em acrilico onde expressões populares como "estou a ficar verde" ou "ficar branco como a cal" são transmitidas.

Projecto livre (2005)


Neste trabalho tento explorar a espiritualidade na paisagem. A percepção que temos da natureza é mais ou menos confortável, mas dependente do nosso estado de espírito. No meu ponto de vista, o ser humano é inconstante e anda sempre à procura de algo para testar os seus limites de estabilidade. Quero dizer que, quando se está confiante e seguro nos seus sentimentos perante o mundo, ele procura o caos, algo que desconhece, que não tem a certeza do que pode acontecer. Se está decepcionado, desconfiado, ele procura a ordem, um local seguro, a confiança. Sendo assim, andamos sempre entre a confiança e a desconfiança, a segurança e a insegurança, a paz e a guerra, o céu e o inferno.
Somos seres de descobertas, sempre prontos ao caminho do desconhecido e sempre prontos a quebrar as regras e normas impostas pela sociedade. Também, em minha opinião, só assim se consegue evoluir, fazer crescer o nosso conhecimento que não tem limites.
Este processo não é por nós próprios perceptível. Só ganhamos consciência de tal facto em duas situações, ou captamos algo de novo ou somos confrontados com dificuldades que não sabemos ultrapassar. É claro que todo este processo não é tão linear, dado que cada pessoa tem a sua personalidade, a sua resistência e o seu conhecimento e, está inserido num meio ambiente compostos por os outros seres que também estão envolvidos nesta busca do desconhecido.






Sobre Ana Mendieta (2004)


Apesar de Ana Mendieta ter morrido bastante nova (com pouco mais de 35 anos), deixou-nos uma vasta obra e um testemunho de autodeterminação e coragem. O período de infância foi brutalmente cortado, pelo facto de ser mandada juntamente com a sua irmã para os USA, onde foi viver para orfanatos cristão decididamente preparados para recebe-las juntamente com alguns milhares de crianças.
Este acontecimento foi sem duvida uma etapa muito dura de ultrapassar, agravando-se quando eram postas de lado por motivos raciais.
Talvez o facto de ter tido uma vida amarga e melancólica, a sua obra tem tanto significado e é um símbolo na Arte Cubana. No seu trabalho reflecte-se uma procura constante do seu enquadramento no mundo (Ela mostra que faz parte da natureza como qualquer outro ser e tem os mesmos direitos de permanecer nela) com memórias da sua infância. Foi uma mulher que sobressaiu, mesmo tendo sido discriminada, empenhou-se, insistiu sem medo e conseguiu vencer, não só nos Estados Unidos mas também a nível mundial.
Em todo o seu trabalho preocupou-se em revelar as suas raízes que tinham sido destruídas, mas insistiam em permanecer. Assim apesar de ter morrido o seu espirito continua vivo.

Alguns Desenhos (2002)






Inicio do Sec XX (Exposição no forum da Maia em 1998)

Esta exposição documental foi uma tentativa de mostrar as mudanças que houveram ao longo de quase cem anos. Foi o resultado de uma longa pesquisa fotográfica da época que relata as diferenças sociais, situações quotidianas como a vinda à cidade, migração, trabalhos carateristicos da época.
Esta exposição apesar de ter um tema, não tinha o um conceito definido. Algo que foi adquirido mais tarde na faculdade.