Projecto livre (2005)


Neste trabalho tento explorar a espiritualidade na paisagem. A percepção que temos da natureza é mais ou menos confortável, mas dependente do nosso estado de espírito. No meu ponto de vista, o ser humano é inconstante e anda sempre à procura de algo para testar os seus limites de estabilidade. Quero dizer que, quando se está confiante e seguro nos seus sentimentos perante o mundo, ele procura o caos, algo que desconhece, que não tem a certeza do que pode acontecer. Se está decepcionado, desconfiado, ele procura a ordem, um local seguro, a confiança. Sendo assim, andamos sempre entre a confiança e a desconfiança, a segurança e a insegurança, a paz e a guerra, o céu e o inferno.
Somos seres de descobertas, sempre prontos ao caminho do desconhecido e sempre prontos a quebrar as regras e normas impostas pela sociedade. Também, em minha opinião, só assim se consegue evoluir, fazer crescer o nosso conhecimento que não tem limites.
Este processo não é por nós próprios perceptível. Só ganhamos consciência de tal facto em duas situações, ou captamos algo de novo ou somos confrontados com dificuldades que não sabemos ultrapassar. É claro que todo este processo não é tão linear, dado que cada pessoa tem a sua personalidade, a sua resistência e o seu conhecimento e, está inserido num meio ambiente compostos por os outros seres que também estão envolvidos nesta busca do desconhecido.